domingo, 19 de dezembro de 2010

eu ODEIO lojas cult.


Entrar naquele lugar foi visceral.

Ali eu tive vontade de fincar as unhas naquele carpete e colocar o chão no teto e enchê-lo de sangue e memórias afogadas.

Memórias suas. Aliás, memórias minhas de você. Rasgos no pano de chita, nos cadernos de cor, nos quadros de cores, nos olhos borrados.

Todo mundo diz que vai ficar muito louco, que fica fora de si e enche a cara de álcool e os pulmões de nicotina e benzina e pesticida e outras coisas mais que soam tão radicais e paixão-fodida.
Eu me fodi. Só queria por tudo ao avesso e te afogar no sangue e no vomito que me fez jorrar. Enchi-me de laranja, de clorofila, corridas e esteiras. Eu quis ser uma sofrida zen, meditando e falando de ETs e mãe-Terra.

Fiz tudo que podia pra parecer melhor que os enterrados em tragédia, mas e agora?

E agora que esqueci que tem alguém segurando minha mão e só quero o chão dessa loja de cabeça pra baixo ou, sei lá, talvez enfiar sua cara num muro chapiscado.