quarta-feira, 9 de junho de 2010

sem flores e w3 sul.










Se continuar nesse ritmo, o blog passa de textos a desenhos...





Texto antigo:

Odeio a sensação de santidade que sua presença me impõe, odeio. Com as outras era inatingível. Nunca reclamei por elas e havia uma sublimação em ver aqueles choros cheios de culpa. Elas assumiam a culpa por não ter dado certo e eu parecia boa. Só havia bondade, ninguém era ruim na minha concepção. Eu não havia feito mal algum a elas e elas eram vítimas, não eram pessoas ruins.

Sinceramente, sentia-me extremamente confortável com essa aura instransponível. Então vem e me faz parecer uma santa. Um desperdício. Era cafajeste, descompromissada e agora estou presa diante da sua liberdade tão leve nos atos. Não consigo acompanhar, fico idiota querendo acompanhar, mas nunca me fez promessas e se deita com tantos outros quanto possa ter. Eu, absorta, dedico-me exclusivamente, passo a não desejar outras bocas, nem admito outros toques, só para não manchar vadiamente o amor que te dedico.

Estou destruída, escorraçada por sua indiferença, e continua sua. Nunca me mandou embora, mas nunca pediu para que ficasse... morro por me imaginar tão vítima e tão boa diante da sua indiferença acalentada em outros braços. Sofrida e entregue numa santidade absorta por pensamentos trágicos: uma doença fatal, um suicídio, tudo culpa sua. Perderia aquele ar sublime que tem nos meus pensamentos, aquela cara impassível que imagino em seu rosto enquanto choro desesperadamente. Poderia se sentir ruim por não me amar, poderia sentir minha falta. Então eu te trairia. Trairia com 28 outras mulheres por causa da dor que me causou. Seria sem sofrimentos causados.

Um comentário:

Eva Cidrack disse...

Por que a gente sempre acaba amando mais o que não presta, verdade.
Maravilhoso texto, menine. :)