quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

he always can...


1. Lembrava da cara que ela fez, quando disse pela primeira vez a frase “quando terminarmos”. Saiu naturalmente, não quis lembrar que estavam perto de terminar, nem que iria deixá-la em certa hora. Apenas, naquele momento, possuía uma consciência incômoda de que relacionamentos podem acabar e que aquele, infelizmente, acabaria um dia. Gostavam-se, se davam bem, mas não havia amor. Era outra pessoa lhe ensinando um pouco mais, enquanto aprendia em retorno.


2. Ela se achava segura, se achava incapaz de sentir novamente a sensação de perda e desespero que aflige aqueles que não sabem exatamente o que vai ser deles frente a um amor. Havia passado por isso, não tornaria a passar novamente. E então ele surge. Não veio diferente de outros, nem dele mesmo. Nem nunca em algum momento disse que deixaria de amá-la, nem demonstrou que faria. Ao contrário, nos braços dele era completa, era estável, era alguém calma e divertida. Alguém que não precisava olhar ao redor em busca de algo para preencher as conversas. Bastava se olharem. Ele sentia o mesmo, no entanto, a menor dúvida que surgisse era capaz de fazê-la querer correr para o nada.

3. E como anexo, os desequilíbrios, iria apagá-lo do MSN caso passasse mais de 1 semana sem lhe dirigir a palavra. Passou. Apagou. Ele nunca soube. E no outro dia teve de readicioná-lo: ele havia lhe enviado uma poesia de Clarice Lispector. Ela sorriu e se sentiu boba, até a poesia acertada a assustava.

13 comentários:

Jamila Zgiet disse...

pretty good. dos que eu mais gostei até agora.
:*

Deftones disse...

Geralmente, quem se acha seguro são os que se portam de maneira mais inconstante... vide o caso da moça que protagoniza essa elegia... atos precipitados costumam cortar laços que tenderiam a se tornar muito fortes.. a maioria das pessoas, porém, prefere ser precipitado a ser paciente... o resultado? Multidões de solitários acotovelando-se nas ruas, incapazes de, com o tempo, perceberem a beleza que há por trás de, por exemplo, uma poesia da Clarice Lispector enviada por email.. felizmente, a boa moça da postagem voltou atrás...

Anna Duzzi disse...

"já aconteceu comigo."

aspas sem sentido, sou eu mesma dizendo.
ah, vida engraçada..

Fran* disse...

Sempre impacientes...sempre inconstantes..sempre tão humanos!Ah, temos dessas coisa..o saber bem do q se quer e a vontade de querer diferente..ou o medo de arriscar!Gostei mto dauqi viu!!

P.S:Dei uma olhadinha em seu last.fm..bem bom,mombojo,los hermanos,3 na massa..Bom gosto do caralho guria!!
Beijos

Badards disse...

boa postagem e bom blog ingrid. o chato é q toh meio sem tempo e sem kbça para bolar um coment melhor. espero q vc me entenda. falo só portugues tah. rsrs
tchaw ingrid

Marcos Pedro disse...

Ah... Como sentir dói... De repente a possibilidade de sentir faz erguerem-se mil barreiras: impaciência, medo, máscara... Só Clarisse mesmo para conseguir quebrá-las...


Ps: Que inveja de vc!!! Fazer mestrado em Lisboa deve ser tudo... Vc está em que área acadêmica?

Anônimo disse...

"(...)
Amo a dor do amor.
Porque amor sem dor,
não é amor,

é sentimento sem fulgor.
(...)"

o amor deve que ser intenso.
e premanentemente rasgado por instantes de paixão!

mas quem sou eu?

yes, he (or she) always can ...

um beijo, num sorriso!

Muri disse...

Foi intenso quando eu li pq já passei por isso, ou algo parecido.
Mas ninguem me mandou depois uma poesia da Clarice... Que chato!Achei a historia dela melhor do que a minha! Mas tudo bem! hehe
Vim do orkut pra comentar aqui, gostei mto! Parabens! Continuarei lendo outros dias.
Beijos

Just a girl disse...

Seu blog é ótimo!
Belo post :D

Nathália de Alencar disse...

**Invasora no Blog**
Adorei!
Desculpe-me por chegar assim, do nada. Mas, estou tentando voltar a esse mundo blogueiro. Reativei o meu hoje. Só tem um post, mas em breve escreverei outros, diariamente.
Voltando ao assunto do texto, você escreve muito bem. Gostei mesmo.
;)

Marília L. disse...

Que bonitinho! Agradável de se ler, até me abriu um sorriso... Me diga: você é INFP?

Anônimo disse...

Não sei me dar muito bem com sentimentos, os acho complicados ;x
Os acho complicados para escrever, saber que existem e, PRINCIPALMENTE no fato de senti-los.
.. É, vai saber :s
haoehaohea

o texto ficou ÓTIMO ! :]
beeijo !

Ed Marciano disse...

"Depois da chegada
Vem sempre a partida
Porque não há nada
Sem separação"
é isso aí vinícius...
certo era tu... mas ...
sei lá... só sei que é preciso paixão.
;)
ps- guidinha! que texto bonito. a menina é você? (indiscreto todo :P)