
Todos nós imaginamos que aquele mundo existiria para sempre, por isso não havia sequer o medo de que o tempo passasse e houvesse uma devastação a qualquer momento. Isso era aparentemente impossível: não se destrói o intocável. Nada nem ninguém atravessaria aquelas portas e janelas. Então houve o pior, algo tão inimaginável que até agora me perturba o acontecimento deste fato: nossa fortaleza roeu por dentro, as suas estruturas estavam comprometidas desde o início da construção. É impossível culpar alguém por isso, nem mesmo o destino poderia ser responsabilizado. A casa agüentou o quanto pôde, mas surgiram as rachaduras, e a queda de um ou outro azulejo, depois os danos se tornaram mais aparentes, o telhado que descia... ou diminuíamos para caber ali, ou saíamos antes de ver o melhor que havíamos tido completamente em ruínas. Fomos cada um para um lugar diferente, andamos perdidos por aí, separados e unidos pela lembrança daquela fortaleza de calma.
8 comentários:
De onde menos se espera é que uma estrutura começa a ruir. É bom que tenha escrito esse post, porque é algo que não podemos nunca esquecer...
O tempo não para.....esta em nós aproveitarmos antes q ele nos alcance .
tão bom ter vindo aqui
carinho
Denise
Lindo...
Esse texto me lembrou minha própria vida.
Quando saí de casa, fui morar em outra cidade, longe dos meus amigos. Se antes éramos inatingíveis a distância nos tornou distantes de uma maneira que o espaço não é capaz de entender. Com o tempo as paredes ruíram, e hoje me parece que havia algo errado desde a construção.
pois é, querida, mas no fundo é divertido observar que nada é eterno, tenho medo da felicidade eterna, das bases sólidas, das coisas lindas, isso deve tornar a existência tão chata e sem objetivos ( se existisse isso, nunca sairíamos do útero )
Oi! Vi teu blog lá na Blogueiros fracassados... gostei muito desse post, traz muitas analogias com a vida (uma, até, bem pessoal).
Uma surpresa encontrar o Leon por aqui! hehehe
Beijo!
Nossa que texto denso, poético e cortante.
Tua casa de palavras é vibrante!
Gostei do texto. Está bem escrito e o sentido, pelo menos o que me afetou, é interessante. As vezes a gente tenta apreender o momento e o perde. Ele só pode durar se for livre, se não for sempre ele mesmo. Tentar eternizar mata. É preciso deixar ser outro sem perceber... sei lá como faz isso, ou mesmo se é possível. Só pensamentos.
Parabéns!
Bruno Costa
www.costabbade.blogspot.com
reflexos internos,
sombras futuras.
ou talvez não.
beijos
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