domingo, 25 de novembro de 2012

levemente doce.

Desculpa por ter deitado tantos sentimentos, de uma vez só na sua cama, sem perguntar antes se poderia me despir tanto ou mesmo olhar a sua nudez de um modo já tão próprio. É tão fácil me aconchegar ao seu lado, deitar sua cabeça no meu ombro e despejar os textos, assim, sem ensaio algum.
Se eu não falasse tudo naquele instante, correria o risco de não conseguir outra chance e as perdas não podem ser impostas a amores como o nosso; que não se estranham entre paredes novas e se conhecem com a intensidade de outros dias que não viveram.
Não queria sumir sem que soubesse da sensação de pertencimento àquele quarto... seria errado me cercar de tanta naturalidade? Tenho medo de que minhas sombras tenham se desprendido de mim e se posto a morar na sua sala ou que meu cheiro tenho se dividido para dormir mais vezes ao seu lado. Talvez alguma ainda esteja na varanda, olhando a cidade, e se frustre por não poder exigir sua atenção com puxões enérgicos ou abraços desajeitados.
Nem precisaria de jeito, o encaixe dos nossos gênios perdoam as pequenas falhas. Há esse entendimento, as conversas mudas, as concordâncias implícitas, a não-necessidade de dizer que, talvez, talvez, talvez, isso durasse tempo bastante para derrubar as barreiras que tanto idealizamos, que talvez, nem demorasse tanto assim.
Também ainda verei sua sombra por aqui e eu sentindo falta de algo que nunca tivemos. Não é nossa culpa, não teve culpa, nós sorrimos e falamos sem ver o tempo passar.

Um comentário:

Anônimo disse...

you let your shadown at the door
I feel your spirit in my bed
as you had to disappear, my lover
put your heart to rest.