quinta-feira, 21 de agosto de 2008

cores e aquarelas


É uma junção de tantas outras. A cor resultante? É essa, não sei dizer o nome, nem sequer de quais surgiu. É daquele tipo que você sabe que existe, mas os outros nunca sabem qual é. Ninguém acha que é a mesma cor, parece daltonismo. Vez ou outra, chegam perto e pensa que finalmente vão chegar a um consenso, mas logo se decepciona e continua sendo uma cor particular. Não que haja defeito na singularidade que ela implica, não mesmo. Não se torna incômodo a ponto de também se tornar insuportável. Provavelmente, incomoda mais a necessidade de tornar nitidamente certo. Perturba-me, em vários momentos, que não sei explicar o que se passa e o que vejo. No começo a mistura foi interessante, necessária. Só quando não tinha controle do resultado é que me pareceu assustador. Não dá pra separar. A cor que me veio é bonita, mas talvez preferisse vermelho ou algo mais simples de mostrar.

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Não classificaria como ciúmes o sentimento que me toma o peito todas as vezes que te imagino em outros braços. Talvez até seja, mas prefiro acreditar que a nostalgia e a saudade me incomodam bem mais do que a idéia de um sentimento tão comum. Já falei sobre o vermelho, não gosto das cores mais fáceis. Seria fácil demais dizer que é o preto que me escurece as vistas, prefiro lilás, é o lilás que me insulta o ritmo das batidas. Tenho tentado manter o equilíbrio e esquecer a falta que me faz não ver o teu sorriso. Tenho tentado esquecer-me de como era bom me aconchegar no teu corpo, te perceber tão maior e tão protetor. Não poderia ser ciúmes o que me incomoda tanto, prefiro que seja lilás.

12 comentários:

Mirella disse...

você me conhece?!
ta descrevendo minha situação atual, estranho...
adorei o texto! ^^

Marcos Pedro disse...

De repente parece que as cores têm até cheiro...

Olha, tô sentido cheiro de lilás... E logo vem um cheiro que não conheço o nome, é cheiro de gente, de corpo e de cor se diluindo.

Mas no momento seguinte passa... A efemeridade dos sentidos é o que me mata!

Nica disse...

sabe, eu tenho a teoria de que as pessoas vêem as cores diferente, mas a gente nunca vai saber porque não tem como olhar pelo olho da outra pessoa.

Marcos Pedro disse...

Ah Ingrid, você é muito gentil nos seus elogios.
Faz-me querer postar mais, me faz ter a vontade de possuir a disciplina que eu não tenho...

Quem sabe um dia né?

Eu adoro seu blog, é um dos poucos que visito com freqüência... Os outros sempre me enjoam, me entopem da mesma ladainha repetida a cada publicação...

Fiquei um tempo longe desse universo e voltei agora, Se eu não conseguir atualizar meu blog com mais freqüência, quero pelo menos ler mais outros blogs, como o seu.

Beijos e até a próxima

Jamila Zgiet disse...

é, amiga. o incenso deu um tempo... talvez seja fechado... vamo ver. falta inspiração.
saudade... aumentando a cada dia.
:*
post interessante...

Nica disse...

assusta mais saber que não são só as cores. hehehehe

Anônimo disse...

Ah se tem uma coisa que não assumo nem sob tortura é o tal do ciúme...
e, pra mim, ciúme envolve outro pacote imenso de sentimento.
=/
ele já tá em outros braços é?

sobre meu post do livro, era só uma analogia com a vida, não estou escrevendo esse livro físico mesmo não.
;)

beijão

Anônimo disse...

Como diria da Vinci "a pintura é a poesia muda e a poesia é a pintura sem cor", realmente não pode ser ciúmes, seria muito simples, plano e lilás não é nada simples como vermelho ou preto...
parabéns muito bonito o texto

Escreva Bem disse...

...esse anônimo aí sou eu ;)
e o título foi muito bem escolhido, parabéns mesmo!!!

se quiser ver o que tem de novo no meu blog, confira lá:
www.geraldofilho.blogspot.com

abraços

Tiago Tonelli disse...

Eu poderia repetir o que disse a lella...

"É uma junção de tantas outras. A cor resultante? É essa, não sei dizer o nome" A sensação resultante ao ler o seu texto também não sei dizer... é boa, embora me faça lembrar de minhas questões de cores... porque eu "Tenho tentado manter o equilíbrio e esquecer a falta que me faz não ver o teu sorriso."

Adriele Matos disse...

Pensei que era coisa só minha
associar uma cor a cada sensação, a cada memória...
Amei o texto, você escreve muito bem, visitarei mais vezes o seu blog!
beijão

Ed Marciano disse...

metafórico... mas como meus comentários, como meus próprios textos nunca serão sérios... eu quando nao saco que cor estou vendo chamo de "cor de burro-quando-foge" ... você sabe descrevê-la? gostei so seu blog viu Gui. me add no orkut, lá eu te passo meu a identidade secreta de ed (não tão secreta assim :P)